sábado, 28 de janeiro de 2012

Arte

A verdade é que "Midnight in Paris", de Woody Allen, está, no meu entender, relacionado com o livro que estou a ler agora. E confesso que o conciliar destas escolhas não foi inocente. Abordarei a questão do livro mais à frente mas, para já, pretendo centrar-me no filme.
Tendo uma paixão enorme pelo Cinema, que me levou a dedicar-me, nas mais variadas formas, a esta arte, ou melhor, tendo uma paixão pela Arte (no geral), que me levou a dedicar-me nas mais variadas formas, e nas mais diversas áreas, a tudo o que a abrange, gosto de conhecer, e aprender, com as mais variadas visões disponíveis. Neste sentido, e no que toca à questão do Cinema, sou atenta aos mais diversos géneros cinematográficos e ao próprio cinema de autor (e bem sei que o que acabei de referir possibilitaria, para alguns, um debate face à separação entre género e lado autoral mas, o que me interessa, é acautelar a simples ideia: gosto de Cinema,ponto). 
E ao gostar de Cinema, é óbvio que gosto de diferentes visões. E, sem me alongar a falar de Woody Allen, e passando já para o filme, é mais de que óbvio que a temática deste filme me interessava. Em primeiro, porque gosto de acompanhar o trabalho dele e, depois, porque toda a ideia do filme em si (a escolha da cidade, a história, as personalidades que ia abordar no filme, a escolha da banda sonora, etc) encanta-me, e muito. E é isso mesmo que destaco do filme: a tour que faz pela cidade de Paris, ou melhor, a homenagem à cidade de Paris e à sua história (cultura/arte); o lado boémio, que sempre me fascinou; a homenagem às mais variadas personalidades artísticas na sua "viagem no tempo" (e a forma como estas referências artísticas engrandecem o filme mas não "dominam"); a homenagem ao Cinema/Arte; a banda sonora; a ironia (como, por exemplo, aquando da venda do quadro de Matisse, bem como da ida ao cinema/filme de Hollywood); a mensagem do presente/passado (ou melhor a desmistificação da ideia romântica de que em cada época há uma glorificação da época anterior); a ideia de se viver as experiências VS lado "pseudo-intelectual"; os diálogos (como sempre); a nostalgia VS apontar para o presente (novamente a ideia de que, afinal, o passado era tão bom como os dias de hoje/metáfora das ilusões que devem ser desfeitas); a ideia de se sentir as coisas (como a chuva, como viver a cidade, viver o presente, o "entendimento da vida", "não se ler demais as coisas mas sim senti-las mais", a diversão, etc). E, para mim, aspectos como estes permitem-me "entregar-me" a um filme. Já as questões de "podia ter mais isto e aquilo", ou comparar com outros anteriores, ou, até mesmo, com outros filmes de outros autores, podem até ser tidas em conta, mas não são muito relevantes, para aqui, nem são o que retiro de um filme. E basicamente é isto, podia dizer mais, explicar-me melhor, mas a vontade é outra.

1 comentário:

Alina Baldé disse...

Woody Allen é um dos meus preferidos. Midnight in Paris e Vicky Cristina Barcelona são os que mais me marcaram.