terça-feira, 24 de novembro de 2009

As linguagens da música

Na semana passada estava um grupo numa esplanada a discutir sobre este artigo (coloco apenas parte dele devido ao tamanho).

Kurt e Eddie

"A voz de Kurt é coisa em bruto, expondo uma raiva incoerente, assente em letras pouco claras. Eddie conta histórias. As canções dos Nirvana são mais desafiantes, mas não oferecem calor. Quando muito são catárticas.
Eddie parece tentar chegar ao outro. Kurt quer que o deixem em paz.
Aquilo que faz do primeiro um herói do rock - no sentido mais conservador do termo - é que é alguém que nunca desiste de lutar. "In Utero", o último grito dos Nirvana, é o oposto. É desistir, é o isolamento, o casulo onde Kurt se resguarda das contradições de ser um rebelde milionário.
Talvez Eddie seja um ser humano melhor. Mas segundo o mito romântico do criador, talvez Kurt seja melhor artista. Como o Kurtz de Brando: era lúcido. De uma lucidez disforme, incapaz de percepcionar a totalidade à sua volta. Ninguém se surpreendeu quando se suicidou. Mas mesmo assim a sua morte continua a inspirar as mais bizarras e diversas teorias conspirativas.
Quem matou Kurt Cobain? A resposta é óbvia. Kurt Cobain matou Kurt Cobain. Mas também foi vítima: vítima do mito de que para se ser autêntico, verdadeiro e comprometido, não se pode ser popular".


Como sei que provoca recordações a uma certa geração, partilho o link para que os interessados possam ler o resto.

2 comentários:

Alina Baldé disse...

É coisa para nunca ter sido fa de nirvana, mas lá que marcaram uma geração, marcaram. mais importante ainda... a morte dele marcou a nossa geração. Foi como se, de repente, a morte fizesse sentido se viesse aliviar um sofrimento. e mais... o mistério, a eterna incerteza que alguns tentam manter viva da morte ou suicídio.

AP disse...

Também nunca fui fã embora gostasse de "uma ou duas" músicas. No entanto, coloquei este artigo porque acho que fala de algo que "marcou" uma geração. E gostei muito do que aqui falaste relativamente ao "mistério, a eterna incerteza". É mesmo isso. Gostei muito.
Beijinhos