Já aqui tinha colocado a informação das idas ao Teatro (post de ontem e do dia 6) e agora já tenho disponibilidade para descrever as mesmas.
A do dia 6 marcou-me bastante. Aliás terminou com uma entusiástica ovação de pé e honestamente foi muito merecida. Muito mesmo!
A peça foi a "De Homem para Homem" um monólogo interpretado por Beatriz Batarda e com a encenação de Carlos Aladro.
"De Homem para Homem conta a história de Ella, uma mulher que não consegue arranjar emprego e que opta por casar-se com um homem mais velho e doente, simplesmente para poder ter um tecto e o que comer. Pouco tempo depois, Ella apercebe-se que a ciática de que este se queixa é afinal um cancro. A partir desse momento, e até à morte do seu marido, Ella empenha-se em juntar todas as informações necessárias para poder fazer-se passar por ele e, dessa forma, substituí-lo no seu precioso emprego.
Max Gericke morre mas é Ella Gericke quem é “enterrada”. Começa assim uma aventura através de tempos de pobreza, guerra e reconstrução, de uma mulher que perde a sua identidade para poder sobreviver.
Vinte e cinco quadros, ou retratos, de reflexão sobre um ser que amou, que desejou viver e que para isso teve de matar, vender o corpo, traficar, mentir, e finalmente perder-se na questão do que é ser humano, ou simplesmente ser".
A interpretação de Beatriz Batarda foi arrebatadora. Poderia perder tempo a procurar outras palavras para descrever a presença dela em palco mas resumo com um trabalho que considerei excelente e marcante.
Tive o prazer de nos momentos "cómicos" ouvir o riso de Eunice Muñoz, que estava sentada na fila seguinte, e tendo em conta o carinho que sinto por ela - quer pela figura em si, quer pelo talento - aquele espaço tornou-se ainda mais distinto.
Adorei a peça. Adorei ver toda a gente a dizer a mesma coisa. Fiquei agradavelmente surpreendida pelo poder daquela interpretação. Volto a frizar que foi uma merecida ovação em pé.
A peça de ontem foi "Viver é raso" encenada por Amauri Tangará e interpretada por Anaísa Raquel, Cláudia Semedo, Diogo Mesquita, João Ascenso, Sandra Roque, Tiago Fernandes, Valéria Carvalho.
"O lugar é aqui, o dia é hoje, a hora é agora....Todo tempo que tenho para viver é o presente...Invento percursos, histórias, enrêdos, mas meu trajeto é um círculo... Crio personagens, invento destinos, fabrico máscaras, mas eu sigo sendo eu, se calhar, contra minha própria vontade!... Em minha vida se vão acumulando objetos, caras, idiomas, máscaras, nomes, côres, buracos, dogmas, silêncios, discursos, medos e uma infinidade de outras inutilidades das quais, confesso resignado, dependo visceralmente!... Chego mesmo a crer que não conseguiria viver um segundo sequer sem elas!.... Fui, durante todo o trajeto da minha vida, catequizado, domesticado, viciado no uso e desuso das mais perfeitas, imprescindíveis e contundentes inutilidades.... Uma única certeza me conforta: Não estou só!..."
E passando do Teatro para a Dança... dei-me ao trabalho de, após já ter escrito este post, vir actualizar com um Vídeo que está simplesmente fantástico. Gosto, gosto, gosto, gosto!
Admito que o facto de envolver muita gente, música e dança facilita a gostar dele. No entanto, é curioso ver que independentemente da animação, do número de pessoas envolvidas, eles conseguem estar tão "certinhos" a nível coreográfico. A música é a
I gotta feelin´ no programa da
Oprah, que já agora aproveito para dizer que gosto dela, e o vídeo, que já anda a percorrer pela blogosfera, está muito giro. Tomem
lá.
Termino com uma citação do filme Juno: "Good mood, bad mood, ugly, pretty, handsome, what have you, the right person is still going to think the sun shines out your ass. That's the kind of person that's worth sticking with".