Hoje o dia começou com situações imprevistas. Tratei, logo, de fazer umas quantas alterações para estar com quem mais queria, para ajudar, para estar ali, para sorrir, para o que quer que fosse necessário.
Depois, tinha de aviar uma coisa, que começou por ser de manhã, passou para a hora de almoço e sabe-se lá porquê - eu acho que o destino - passou para a parte da tarde. A piada é que, sem explicação aparente, andei a fazer tempo até ir tratar de aviar o que era preciso. Entrei em lojas, caminhei mais devagar do que o habitual. Fui ao sítio mais longe, aliás tinham-me aconselhado a ir ao que estava mais perto mas eu decidi ir a outro. Quando lá cheguei estava bastante gente. Comecei a olhar à volta e li numa placa algo que me fez pensar
nesta pessoa, na sua actual profissão, olhei à volta e vi uns produtos que me fez recordar
este preciso post. E comecei a pensar em imensas coisas dela (a forma como ama, a forma como escreve, a relação dela com o "Um", a actual profissão dela, etc). Num curto espaço de tempo, a minha mente estava a processar todas estas informações, misturadas com o carinho que sinto por ela. Olho para a porta e muita atenção ao pormenor: vejo-a entrar. É que nem a vi já lá dentro...Não, foi mesmo a entrada dela. E isto agora já nem sei explicar por palavras...E isso é que é fodido (mais uma vez apelo ao "fodido" de "O poder libertador do palavrão", de Miguel Esteves Cardoso, que embeleza todo o sentido das asneiras).
Olhei duas vezes porque nem estava a acreditar. E ela estava a olhar para mim com o mesmo ar. Tive dúvidas se aquilo ainda era fruto do meu pensamento. Fazia sentido ela estar naquele espaço (a nível profissional) mas o facto de ser naquele preciso espaço é que me surpreendeu, até porque eu raramente ía ali, bla bla bla teorias que estavam a surgir a uma velocidade louca. É impressionante o que aconteceu. Estava a pensar naquela pessoa, que pensava estar longe de mim, e que, afinal, naquele mesmo momento, estava ali, à minha frente. Isto ainda tornou mais inacrediável.
Gritámos (tentámos controlar o som por causa do espaço e das pessoas), deu-se uma corridinha feminina (com saltinhos à mistura, perdoa-me já não sei se foram só os meus saltinhos ou se foram o de ambas) e um abraço sentido. Estavamos a rir, a sorrir, a partilhar aquele abraço. Aquele abraço! Aquele que é verdadeiro, sentido. Aquele que sabe mesmo bem. Foi um misto de emoções.
Ainda não estava a acreditar que estávamos ali as duas, juntas, a falar, a rir, a sorrir. Foi tão bom. Foi um momento intenso, acho que conseguimos falar do máximo de coisas, naquele espaço de tempo.
A nossa amizade perdura com a distância. Fisicamente até podemos estar longe, em termos espaciais (embora hoje tenhamos, felizmente, verificado o oposto), mas sabemos que podemos contar uma com a outra, sempre, a qualquer momento. E, felizmente, temos conseguido acompanhar a vida uma da outra.
Depois, saí dali com um sorriso na cara. Fui em passo apressado para contar, a ele, o que tinha acabado de acontecer. Comecei com um feliz: "não vais acreditar". E ri, sorri, repeti e reproduzi (com o momento da corridinha e tudo) o que senti por ver-te ali. Foi tão bom, tão inesperado, que ainda agora estou a sorrir por recordar o quanto gostei de estar contigo, de ver-te, ver que estás bem (confortou-me porque vi ,ali, naquele momento, como é que estás. Sei que colocamos a nossa conversa em dia, por diversas vezes, mas ver-te pessoalmente deu-me segurança).
Decidi que gosto destas coisas. Deste tipo de imprevisto. Este é dos bons. Gosto deste carinho, destes miminhos que a vida tem para dar.
Ele tentava acompanhar o que lhe contava. Sorriu, riu, partilhou da minha felicidade, enfatizando que agora estava mais perto e possível de se repetir. Fui surpreendida com a forma como disse: "gostava de conhecer o Um". Expliquei-lhe que, possivelmente, isso já seria mais complicado. Achei engraçado a espontaneidade dele ao dizer o nome real do "Um". Confesso que a aquela frase me surpreendeu imenso, não tinha mesmo noção disso. Percebi, naquele instante, que lhe falara, bastante, da relação da mãe caracol com o filho...
Que tenho um carinho enorme, quase que inexplicável, pela relação deles, isso já está mais que esclarecido. Ela é minha amiga, gosto muitooooooo dela, o "Um" é super fofo, gosto muitoooo dele, quero-lhes muito bem. Gostei foi de saber que ele, mesmo sem os conhecer, tem esta empatia. Avisei-o para, sempre que passar por ali, estar atento às pessoas, que é para, caso a veja, ir-lhe falar.
No final da noite falei-lhe do convite que ela fez. Ele respondeu logo que sim, e nem necessitou de pormenores. Dei os meus pulinhos de alegria, fiz a minha happy dance. E estou, até agora, com um sorriso tonto na cara, que passa também por uma vontade de deixar cair umas lágrimas de felicidade, porque o dia foi inesperado mas bastante bonito. Fico lixada por escrever, escrever, e ficar com a ideia de que não exprimi tudo o que senti, tudo o que sinto. Mas senti, e sinto, muito. E estou muito feliz.
E agora, após escrever estas linhas todas, fui para colocar os links com o blogue dela e vi
o post que ela escreveu. Adorei as palavras, adorei o facto de que, sem sabermos, acabámos por escolher uma imagem dentro da mesma linha. Muito bonito. Adorei o carinho de hoje. Muitos beijinhos.