quinta-feira, 16 de abril de 2009

Questões

Na "Sábado" desta semana encontra-se o artigo "Elas querem ser brancas"que aborda uma temática que já tinha ouvido falar no ano passado, na altura foi a propósito de um anúncio da Beyonce para a marca L´Oreal, e que aparece agora com novas informações. Segundo o artigo, os cosméticos para empalidecer o rosto estão a tornar-se num fenómeno nos países africanos.
A revista menciona ainda que "de acordo com o jornal El Mundo o que está a dar em África é ser branco". Avança ainda que estes cremes são "vendidos por dois euros" e são " perigosos para a saúde" visto alguns conterem lixívia e outros químicos.
Na "Única", no ano passado, também tinha saído um artigo sobre esta mesma temática mas centrando-se na Índia, onde os produtos são vendidos a um euro.
Esta questão do "empalidecer" está a criar bastante polémica. Há especialistas que criticam as mudanças estéticas que envolvem os estereótipos ligados à “raça”; outros apontam as questões da moda/ certas mensagens de determinadas marcas/ uso do photoshop /complexo de "superioridade VS inferioridade", etc...
Quanto à minha modesta opinião: se há liberdade de expressão as pessoas devem poder fazer o que bem entendem, no entanto, acho que devia haver uma maior consciencialização e informação. Acho que começa a haver uma crescente banalização de insatisfação (e agora refiro-me a alterações estéticas em geral). É comum encontrar quem pense que ao fazer determinada mudança exterior vai encontrar a satisfação interior, e por vezes até a encontram, mas são muitas as vezes que deixa de ser a insatisfação A para passar a ser B e por aí fora...
Acho que as pessoas devem tentar aprender a gostar de si próprias. Acho que todos somos diferentes e por isso especiais. Acho que é nessa mesma diferença que reside o encanto. E se há algo que também aprecio bastante são as diferenças culturais.



Esta semana saiu ainda um artigo sobre a "Elle" francesa, que agarrou em algumas famosas e fez um ensaio fotográfico "sem maquilhagem e sem photoshop". Também este artigo criou uma divergência de opiniões, com leitores de um lado a felicitarem este tipo de iniciativa com a ideia de que estes podem alertar a mentalidade das jovens perante a imagem, e outros a quererem ver o glamour e as grandes produções a que estão habituados.
Devo dizer que vi as fotos e que as acho muito bonitas, aliás são do Peter Lindbergh por isso outra coisa não seria de esperar. Já para não falar de que há mulheres que "com" ou "sem" produção continuam a ser muito bonitas.
E por falar na questão de serem bonitas... Ouço por vezes dizerem "ah, se tivesse metade da produção delas, mais photoshop, também ficava assim, um arraso". Honestamente não concordo totalmente com este tipo de pensamento. Pode parecer feio o que vou dizer mas acho que umas ficariam "mais bonitas" mas nem todas ficariam "um arraso". E nem me refiro a questões de gosto, em que por exemplo há pessoas que acham a pessoa X gira e outros acham-na feia. Refiro-me mesmo a saber-se reconhecer que há de facto "escalas", que variam consoante gostos, mas depois há aquelas que têm o factor "algo" que as tornam "um arraso". E esse "algo" não precisa de ser trabalhado, ele está lá naturalmente.
Quanto às afirmações dos especialistas que referem que "facilitaria um pouco mostrar-se mais o lado real, assumir-se as alterações (já que raramente o fazem), abordar-se a pressão da imagem" visto acharem que este tipo de atitude influencia a anorexia, bulimia e outros distúrbios em crianças e que "custa ver este sofrimento, ver a pressão a que se sujeitam". Realmente custa e dá que pensar!

1 comentário:

Alina Baldé disse...

Um dia vou comprar umas mamas. Shiuu, é segredo! LOOL